Parte 2
Segundo Pablo Romo, do observatório de Conflitividade Social no México, a criminalização é marcada "pelo desenvolvimento das reformas estruturais que os governos neoliberais iniciaram no final dos anos 1980, agora em sua segunda fase."
Para ele, na relação entre movimentos e Estado "estão se reduzindo as possibilidades de saídas negociadas, pois por um lado o Estado está cada vez menos disposto a fazer concessões substantivas, e justificam esse endurecimento, qualificando os movimentos de extra-legais e ilegítimos, não merecendo ser incorporados por meio da pressão a nenhum tipo de negociação/acordo. Por outro lado, um número significativo de movimentos está cada vez menos disposto a ceder frente à decisão vertical ou aos danos e destruição a que são submetidos", e isso acontece em todo o mundo.
Vivemos num momento de crise financeira mundial e consequente crise do sistema capitalista, numa tentativa de manter e sustentar esse sistema, o Estadotem intensificado a repressão aos movimentos sociais que, nessa hora, mais do que nunca, tem um espaço ampliado de atuação e podem demonstrar as falhas desse sitema que nem a mídia neste momento pode idealizar.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, o governo Yeda Crusius está constantemente em conflito reprimindo movimentos sociais como o MST, os sindicatos, etc., a favor dos interesses das grandes transnacionais, das elites agrárias, mesmo que para isso muitas vezes aja com violência sobre crianças e ou mulheres - como por exemplo, as mulheres da Via Campesina, fortemente reprimidas pela Brigada Militar em manifestações como a derrubada simbólica de eucaliptos da Aracruz Celulose.
Nós, integrantes dessa massa criminalizada, notamos que, muitas de nossas lutas se configuram por direitos que estão na Constituição e são atropelados pelo constante enfraquecimento do Estado pelos interesses dos conglomerados multinacionais. Mantém e aumentam nossos deveres e escondem e negam nossos direitos.
Luana Ferreira de Oliveira
Humberta Soares Lemos
Djefri Ramon Pereira
Daniela Possebon
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