Os Estados Unidos mais uma vez demonstraram força nesta Copa do Mundo. Depois de empatar com a Inglaterra e sair de um placar adverso diante da Eslovênia, a equipe norte-americana avançou para as oitavas de final ao bater a Argélia por 1 x 0, com gol aos 46 minutos do segundo tempo.
Curiosamente, a situação da equipe comandada por Bob Bradley foi de desespero a partir dos 21 minutos da primeira etapa, quando a Inglaterra abriu o placar contra a Eslovênia. Um empate já não bastaria para os EUA: era preciso também vencer para não cair precocemente do Mundial.
O resultado positivo põe os EUA na primeira colocação do grupo C, com os mesmos cinco pontos da Inglaterra, que deixaram a Eslovênia com um a menos. Já a Argélia comprova ser a seleção mais fraca da chave e se despede como lanterna, com somente um ponto ganho em três rodadas.
O JOGO
O primeiro tempo foi bastante movimentado, com boas chances de gol para os dois lados. A primeira delas aconteceu aos cinco minutos, quando o atacante Djebbour recebeu lançamento na área, matou a bola no peito e chutou com força no travessão, assustando o goleiro norte-americano Howard.
A Argélia precisava necessariamente de uma vitória, enquanto os EUA iam se classificando com o empate do outro jogo, entre Inglaterra e Eslovênia. Mas, para depender apenas de si mesmo, a equipe do técnico Bob Bradley dependia de um triunfo por qualquer placar, situação que a manteve no ataque.
Com 19 minutos de bola rolando, os americanos inauguraram o marcador, mas a jogada foi invalidada por impedimento: após confusão na área, Mbolhi defendeu chute de Gomez, que tentou o rebote e viu o companheiro Dempsey completar para o fundo gol, só que em posição ilegal segundo o assistente.
O lance deixou dúvidas, e a anulação do gol revoltou ainda mais os norte-americanos quando a Inglaterra marcou diante da Eslovênia, dois minutos depois. O empate já não serviria mais, e a partida ficou ainda mais aberta, com as duas seleções tentando a vitória para se manterem vivas na Copa.
Até o intervalo, foram dados 23 chutes a gol (12 pelos EUA, 11 pela Argélia). O mais perigoso deles, aos 36 minutos. Donovan tabelou com Michael Bradley e tocou por cima de Mbolhi para o meio da área. Com o arqueiro já vencido no gramado, Altidore isolou a bola e desperdiçou a oportunidade.
Restando dois minutos para o final do tempo regulamentar, veio a resposta argelina. Ziani fez boa jogada individual, disparou de fora da área e viu a bola passar perto da meta de Howard.
Na volta para a etapa final, a seleção americana continuou um pouco superior em campo, mas ainda pecando na hora de finalizar. Aos 11 minutos, Bradley fez ótimo desarme, tocou para Altidore e iniciou o contragolpe. O atacante driblou o marcador e cruzou para o meio da área. Dempsey aproveitou bobeada da zaga, chutou na trave direita e ainda desperdiçou o rebote.
Com o aumento do desespero, os EUA apostavam principalmente nas jogadas de bola parada. Depois de defender uma forte cobrança de falta de Bredley aos 33, Mbolhi foi vazado já nos acréscimos. Após dividir com Dempsey, o goleiro viu a bola sobrar limpa para Donovan, que mandou para a rede.

Duelo dos Lords
Com a vitória em mais um jogo de poucas chances criadas, a Inglaterra chegou a 5 pontos, contra 4 da Eslovênia. Os Estados Unidos venceram a Argélia por 1 x 0 nos acréscimos do segundo tempo e chegaram a 5 pontos e à liderança. Os argelinos foram os lanternas da chave, com 2 pontos.
No mata-mata, a Inglaterra tentará recuperar o status de uma das seleções favoritas ao título mundial contra o líder do grupo D, Gana, Alemanha ou Sérvia – esperava-se mais do time de Fabio Capello na primeira fase. Já os Estados Unidos enfrentarão o segundo colocado dessa mesma chave.
O JOGO
Os minutos iniciais do confronto com a Eslovênia já indicavam que a Inglaterra faria mais uma partida de baixo nível técnico na Copa do Mundo. Os jogadores distribuíram carrinhos, trocaram passes sem objetividade e foram pouco criativos.
Ao menos a Inglaterra ficava mais tempo com a posse da bola. Seus torcedores também estavam pacientes – substituíram as vaias do empate com a Argélia, de que Wayne Rooney se queixou publicamente, por uma cantoria capaz de competir com o barulho das vuvuzelas sul-africanas.
A Eslovênia se satisfez com o ritmo do jogo. Confirmando a liderança do grupo C com aquele empate provisório, a equipe dirigida por Matjaz Kek se arriscava pouco, porém mostrava consistência defensiva. A Inglaterra tentava furar o bloqueio com chutes de longa distância e jogadas aéreas.
Aos 22 minutos, os britânicos finalmente marcaram pela segunda vez no Mundial. Milner fez o cruzamento da direita, e Defoe aproveitou a chance que ganhou entre os titulares para se antecipar à marcação e conferir. A bola chutada pelo atacante do Tottenham ainda tocou no goleiro Handanovic antes de entrar.
Obrigada a se expor mais depois de ser vazada, a Eslovênia se atrapalhou ofensivamente. A Inglaterra ganhou mais espaços para atacar a partir de então, mas não tirou proveito. Continuou melhor em campo, sem ser contundente para chegar outra vez ao gol.
Nenhum dos técnicos tentou corrigir os erros de suas equipes com alterações no intervalo. O panorama da partida também não mudou no segundo tempo. Ainda assim, os torcedores ingleses se animaram logo aos três minutos: Rooney cruzou para Defoe acertar as redes, mas o árbitro assinalou impedimento na jogada.
Como havia o risco de perder a vaga na próxima fase da Copa, a Eslovênia insistiu em também atacar. Mas sem organização. Para tentar aumentar o poderio de seu time, Matjaz Kek trocou o inoperante Ljubijankic por Dedic. Já Capello substituiu Rooney (aplaudido, desta vez) por Joe Cole.
A partida ficou tensa, novamente com muitas faltas. Só havia emoção porque a classificação dos dois times estava em jogo. No final, entretanto, os ingleses festejaram isoladamente no estádio Nelson Mandela Bay. Os jogadores da Eslovênia lamentaram muito o gol marcado pelos Estados Unidos no final do duelo com a Argélia.