Há mais de um ano - desde a realização em Caçapava do Seminário Fortes e Fortalezas do sul do Brasil - o problema das raízes que crescem incrustadas no Forte D. Pedro II é de conhecimento público e nenhuma solução é apontada. Agora surgem novas promessas de eliminar, nos próximos meses, as figueiras que provocam rachaduras nas muralhas. Será que vai sair? Clique e leia mais.
Uma das pedras já caiu
Situação de Emergência
O Forte Dom Pedro II se deteriora com a vegetação que cresce em meio às muralhas. Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), uma limpeza ocorrerá ainda no início deste ano
*Por Eduardo Schneider
A fortaleza é uma das principais obras militares do estado. Situa-se em uma área de 20.576 metros quadrados que pertence ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), desde 1938. É um dos pontos turísticos mais visitados da cidade, porém, não cuidado e amparado pelo poder público como deveria. O Forte Dom Pedro II é mais um monumento de Caçapava que requer socorro urgente.
A construção centenária sofre com a vegetação que cresce em meio aos muros. O mato e algumas figueiras, aos poucos vão deteriorando os muros que foram sinônimos de grandeza e ousadia arquitetônica na época da revolução farroupilha, inclusive com a queda de algumas pedras das muralhas.
O Forte foi construído para proteger a fronteira sul do Brasil, das invasões espanholas. A sua construção começou em 1846 e foi paralisada em 1852 porque o principal inimigo do Brasil na região do Prata, o ditador argentino Juan Manuel de Rosas foi afastado do poder que exercia a mais de vinte anos.
Para tentar preservar este patrimônio, a coordenadora do Centro Municipal de Cultura e assessora de projetos especiais do executivo, Arqueóloga Claudia Uessler (foto) agora tem a missão de agilizar o encaminhamento da limpeza.
- Existe um pedido para a retirada das figueiras que foi feito em 2009, ou seja, há quase dois anos que a prefeitura tenta uma solução junto ao IPHAN, que é o órgão responsável pelo Forte. O que acontece: só pessoas habilitadas e autorizadas pelo IPHAN podem fazer esta limpeza. No caso do Forte, há uma única arquiteta deste órgão no estado que pode tratar desta questão das figueiras, o que dificulta o andamento, sem falar da falta de dinheiro que é comum dos municípios da região e também do IPHAN – afirma a assessora.
Claudia Uessler também revela que está fazendo tudo que é possível para driblar a burocracia.
- Estive semana passada no IPHAN, levei fotos e mostrei até a parte que esta desmoronando para a superintendência ter conhecimento do caso. Lá, eu coloquei o seguinte: o município oferece o carro, nós buscamos a técnica e vamos com o corpo técnico até São Miguel, pois queremos que tomem uma atitude. Assim, eles não poderão falar que não tem dinheiro pra diária – explica a assessora.
Mesmo não existindo uma norma técnica de como tirar figueiras das ruínas, a assessora enfatiza que lá nas missões isso é de praxe para o pessoal do IPHAN.
- Creio que até fevereiro as coisas devem andar - conclui a assessora.
Segundo a Superintendente substituta do IPHAN Ana Beltrami, o projeto de valorização e conservação do Forte Dom Pedro II é de total relevância e este assunto consta como prioridade entre as ações do Plano de Caçapava do Sul.
- Sua limpeza, por ser um serviço que demanda mão de obra especializada, está sendo providenciada junto à equipe de manutenção e conservação das Ruínas de São Miguel das Missões e deverá ser realizada ainda no início deste ano - promete a Superintendente.
Ana Beltrami confirma ainda que a Prefeitura já contatou o Iphan sobre este assunto e que ambos estão providenciando os trâmites administrativos para iniciar os serviços, além de estarem trabalhando em parceria na implementação do Plano de Ação do município.
Desciclando a Notícia
"Ou a limpeza do Forte sai, ou o Forte cai"
* Editor de É Manchete
Matéria publicada no Jornal Gazeta de Caçapava edição de 21 de Janeiro de 2011.
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