sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Caçapavano conta o que viu no Haiti

 Cabo Osório(à esq.) ficou seis meses no Haiti
Uma experiência que ficará marcada na vida do Cabo de Comunicações do 3º Regimento de Cavalaria Mecanizada (3º RCMec) de Bagé, Luciano Osório de Oliveira, de apenas 21 anos. É que ele, e mais de 800 militares integraram o 14º Contingente do Batalhão Brasileiro que deu seguimento a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti no período de 04 de março a 16 de outubro deste ano.
Segundo o caçapavano, que está curtindo alguns dias de folga em casa com a família, a experiência na capital Porto Príncipe foi muito positiva, apesar da realidade completamente diferente.
- Eu era sessão de comando e ficava no quadro de comunicações (CECON), ou seja, trabalhava mais internamente. Só saíamos às ruas quando não estávamos de serviço no CECON, mas uma das coisas que me chamou a atenção foi de que apesar de toda a pobreza, raramente se via briga ou violência nas ruas. As crianças, mesmo com roupas bem simples não paravam de rir e cumprimentar os militares, estavam sempre brincando e sorrindo com todos, como por exemplo, em uma feira eles te ofereciam um tênis por U$S 40 dólares e se tu respondesses que era muito caro, então eles diziam pra ti em Creole que é a língua deles: - Ah bombagai (boa gente) quer tirar meu coração! - em tom bem humorado. Quer dizer, mesmo com todas as dificuldades eles gostam do país deles, são Patrióticos e felizes - afirmou o militar. 
 Promover a ação Cívico Social que consistia em levar brinquedos, água e cestas básicas bem reforçadas para a população, também incluía a missão do Batalhão Brasileiro. Durante o patrulhamento nas ruas, muitas eram as diferenças comparadas ao Brasil.
- O trânsito seguidamente parava devido às ruas estreitas e a falta de organização. Vencia quem buzinasse mais! Inclusive, tinha muitos “Tap-taps”, que eram o meio de transporte coletivo do país.
O que mais me chocou foi a questão do lixo e o esgoto que eram a céu aberto e também por conta dos IDPs - Internally Displaced Persons – (Pessoal Deslocado Interno), nomenclatura da ONU para as pessoas desabrigadas, que perderam tudo e que viviam em barracas, que tinha em todo lugar - afirmou.
Luciano também exibiu ao repórter: fotos, vídeos e mostrou bandeiras e pinturas adquiridas no país caribenho, além de contar sobre a lição de vida aprendida.
         - O modo de viver deles é completamente diferente do nosso. A maioria deles não tem o conforto que temos como casa, água potável, roupas limpas, nem escola e emprego garantidos. Então eu percebi que nem tudo é tão ruim o quanto parece ser. Sempre tem pessoas que estão em situação bem pior - revelou.
O caçapavano que entrou no quartel no ano de 2008 e promovido a cabo em 2010, retorna a sua unidade em Bagé nesta segunda-feira, dia 07, após um ano de desligamento das suas funções que somaram os seis meses de treinamento e mais os seis meses de missão no Haiti. 
Por Eduardo Schneider - Matéria também publicada no Jornal Gazeta de Caçapava em 04 de novembro de 2011 

AS IMAGENS 
  O cenário da capital Porto Príncipe é composto por barracos onde moram milhares de  desabrigados

Depois do terremoto, o comércio foi estabelecido provisóriamente em frente as ruínas dos prédios
O trânsito na capital Porto Príncipe é caótico. Vence quem tem o maior veículo e a busina com maior volume

Relação é pacífica entre civis e o Exército Brasileiro

Entre bandeira e camiseta Haitiana, Cabo Osório exibe o Certificado e o Quepe entregues pela ONU

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