sábado, 23 de maio de 2015

Um gole de cerveja e outro de história



Com o processo avançado de produção, se torna ainda mais comum nos dias atuais consumir alimentos e bebidas industrializados. A facilidade e o preço baixo compensam, mas muitas vezes o gosto, em especial das cervejas, não fica tão bom assim. Surge então o produto artesanal como outra opção.

Pensando nisso, o corretor de seguros e empresário caçapavano, Cassius Poglia, que sempre se interessou por culinária, decidiu criar uma nova receita, mas de cerveja.

“Sempre gostei de cozinhar, receber amigos em casa e oferecer a eles a minha comida. Cerveja também é um processo de cozinha então em certo dia arrisquei e ofereci a minha bebida. Era um hobbie que virou negócio após produzir minha primeira cerveja em fevereiro de 2012”, conta.
A forma artesanal foi o foco do empresário. Para isso, junto com Ignácio Lemos, criou um nome feminino, com sonoridade marcante e que enfatizou a maneira como era produzida: Artesana.
Os primeiros rótulos surgiram em 2012. Das panelas de 25 litros a produção aumentou com novos equipamentos adquiridos com o sócio Augusto Rodrigues “Guto” (in memoriam).
“Ele provou e se encantou. A partir de então, virou um entusiasta. Começamos produzindo 500 litros por mês e hoje a produção chega a aproximadamente 5 mil litros mensais.  Pessoas vem de cidades próximas e da região metropolitana para comprar. Imagino que nos próximos três anos a produção alcance em torno de 40 mil litros por mês”, diz.
Atualmente a cervejaria ocupa um prédio na rua Félix da Cunha, próximo a Corsan, onde há cerca de 60 anos morou a família do empresário. O sócio atual é Maurício Teixeira e o cervejeiro é Marcelo Teixeira.

O cuidado na produção
            Segundo Cassius Poglia, a produção é um processo cheio de detalhes.
“Tu pode errar a qualquer momento. Demora oito horas, a parte de cozinha. Depois sete dias para fermentação e mais 15 dias de maturação, totalizando entre 23 e 30 dias em média, para a cerveja ficar pronta”, explica.
            Ele, que também possui formação de Bier Sommelier, para entender melhor o processo, os estilos e a harmonização da cerveja, diz sobre o que prioriza para que nada dê errado e o produto fique cada vez melhor.
“O mais importante é a sanitização, a limpeza da linha de produção porque se não tiver tudo limpo, a receita certamente irá fora. Agora se tu tiveres todo o sistema limpo, além de evitar contaminação saudável ou não, em se tratando de leveduras, as pessoas vão tomar e vão gostar”, fala.

Personalização ainda mais caseira
Além da meta de fazer diferente e oferecer um produto de qualidade, outra ideia que Cassius pôs em prática nos últimos dias foi personalizar o rótulo da cerveja. O objetivo é homenagear personalidades caçapavanas.
“Essa ideia surgiu das pessoas olharem para o rótulo antigo e perguntarem quem é este senhor? Então decidi homenagear primeiramente o meu avô, Atílio Poglia, que foi um personagem marcante da história de Caçapava. Era comerciante e conhecido principalmente pelo pessoal do interior. Vendia desde arroz a violão, fogão, pólvora, revólver, entre outros inúmeros produtos na loja onde hoje está localizada a Stela Calçados, na rua 15 de Novembro. Os políticos da época sabiam disso, por isso muitos deles saíam pelo interior com meu vô para fazer campanha. Sempre foi uma pessoa alegre e fazia piada com todo mundo, além é claro, de gostar de cerveja”, conta.
Após o seu Atílio, outras pessoas devem ser homenageadas pela Artesana, entre elas, Luizinho do café, professor Carlinhos Almeida e Augusto Rodrigues “Guto”. O empresário ressalta também que está totalmente aberto a sugestões, desde que sejam de pessoas conhecidas na história recente do município.

Onde você acha
A cervejaria produz 10 estilos, entre eles: Blonde Ale, Pale Ale e Weiss. A Artesana pode ser adquirida em garrafas de 500 ml ou no barril na própria cervejaria, Restaurante Urbanus, Bocage, Hamburgueria, Diello, Restaurante Bela Mina (Minas do Camaquã) e Mercado da Tia Lu (Minas do Camaquã). O valor é R$ 9.
Segue duas maneiras que destacam o modo artesanal: o processo e a quantidade limitada, e a qualidade da matéria prima, ou seja, uma cerveja feita 100% de malte.
Por Eduardo Schneider
 
                                                                                                       



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